Já pensou em visitar uma escola onde são servidas as melhores cervejas do mundo?
Pode causar estranhamento em um primeiro momento, por isso, convido você a uma viagem a um pub britânico para falarmos sobre a Escola Inglesa de cerveja!
Países que “fizeram escola”
Seja você um cervejeiro, entusiasta ou curioso, em algum momento pode ter ouvido falar das Escolas Cervejeiras.
Trata-se de uma espécie de título dado a nações cuja produção segue critérios de tamanha notoriedade que se tornaram referência e fonte de inspiração ao redor do mundo.
As principais escolas são Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos.
Do mesmo modo, todo país que tem em sua cultura o consumo, produção e inclui características particulares ao produto, poderá ser intitulado da mesma forma.
O Brasil é um ótimo exemplo, pois mesmo sem contar com uma cultura milenar, vem ganhando destaque.
Estilos acompanhando a história britânica
Por ser uma bebida típica da cultura regional, sua evolução muitas vezes acompanha eventos ou períodos históricos de um povo.
Durante as Grandes Navegações, por exemplo, a Inglaterra, assim como outros países que hoje fazem parte do que conhecemos como Europa, usavam seus conhecimentos marítimos em busca de novos territórios. Devido à necessidade do longo período de armazenamento, os navegadores perceberam que as receitas com mais lúpulo resistiam melhor às viagens, dando origem às famosas India Pale Ale (IPA’s).
De forma similar, por volta de 1700 surgem as Porters, recebendo seu nome por ser um estilo popular entre os trabalhadores portuários ingleses, consumidas nos Public Houses (Pubs).
Baixa carbonatação: um apelo à tradição
Buscando preservar a cultura cervejeira da região, em 1971, surgiu na Inglaterra a CAMRA – Campaign for Real Ale, uma organização de consumidores independentes que promovem a conservação das tradições no que se refere aos pubs, clubs, cervejas e outros produtos regionais.
Esse grupo busca valorizar e preservar o que eles consideram “Real Ale”, produzidas preferencialmente com os ingredientes básicos (água, malte, lúpulo e levedura) e sem carbonatação forçada, preservando o método de serviço pelos barris de pubs tradicionais.
Isso reforçou a fama da Escola Inglesa de produzir cervejas com pouco gás carbônico (flat), o que é pouco comum entre as demais Escolas.
– Você sabe o que é “carbonatação forçada” ?
Como alternativa ao priming – refermentação na garrafa para formação de espuma – o processo consiste em inserir gás carbônico em sua bebida com equipamentos especializados. Saiba como fazer!
Que tal continuarmos a viagem?
Gostou da vivência e das curiosidades? Vamos continuar a viagem com o “Workshop – Escola Inglesa: Uma viagem pela história e estilo”?
Produzido por Cezar Barreto, cervejeiro e fundador da Overture Cervejaria, de Sorocaba/SP.
Confira também a Live – Escola Inglesa gravada no canal da Bia Bier!!
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Texto de Vinícius Bertone
Quem é Vinícius Bertone? “Engenheiro Agrônomo, formado na ESALQ – USP. Minha primeira relação com o ramo cervejeiro foi visitando cervejarias artesanais em 2015, onde descobri um novo mundo de possibilidades. Desde então mergulhei cada vez mais, com simpósios, cursos e aprofundei meus conhecimentos com o “Curso Avançado de Fabricação de Cerveja – Sinnatrah Cervejaria Escola”. Sou investidor da cervejaria Leuven e trabalhei na empresa como freelancer. Acompanhei outras produções e fiz a minha primeira sozinho recentemente, uma Weiss. Fui colaborador voluntário do Slow Brew Brasil edição de dezembro de 2019, em São Paulo. E agora, colunista do Site Bia Bier. Sou entusiasta e apaixonado pelo universo cervejeiro!” – completa Vinícius.