Bia Bier

Cervejarias ciganas: uma alternativa inovadora

Muito se ouve falar sobre uma ideia criativa e perspicaz do ramo cervejeiro, as chamadas cervejarias ciganas ou itinerantes: produtores que alugam espaço em fábricas já atuantes para desenvolver sua marca.

O apelido fala por si só e explica bem o modelo por fazer comparação ao nomadismo do povo cigano com a possibilidade de fabricação em diferentes estabelecimentos de terceiros. Os pioneiros da proposta foram escandinavos, surpreendendo o ramo cervejeiro na década de 2000.

Esse tipo de projeto tornou-se uma interessante alternativa àqueles com poucos recursos para investir, pois permite produzir em maior escala de forma segura, com maquinário já testado e operante, além de toda a burocracia de registros do MAPA e outros procedimentos legais já bem estabelecidos.

Mas o benefício não é apenas para aqueles que estão introduzindo suas marcas no mercado e obtendo experiência, uma vez que também colabora para a redução da ociosidade das fábricas instaladas e, consequentemente, distribui os custos fixos com parceiros.

Para os cervejeiros ciganos, trabalhar dessa forma ainda pode significar liberdade para inovar frente ao desapego pelo espaço físico. No entanto, esse processo exige mais planejamento, disciplina e organização.

Não se iluda: Cervejaria Cigana não é sinônimo de dinheiro fácil!

O vislumbre de uma opção que parece fácil e pouco custosa pode levar a crer que esta é a “solução milagrosa” para lucrar no ramo cervejeiro. Aqui reside um grande perigo.

Terceirizar seu espaço de produção pode liberar tempo para planejar o marketing e a venda, mas exige uma boa relação e confiança com a fábrica a ser utilizada. Do contrário, operar uma cervejaria desconhecida tomará esse tempo, sendo necessária contratação de equipe para suprir os demais processos.

Há ainda uma competição acirrada, com o elevado numero de cervejarias registradas, tradicionais e ciganas, evidenciando a necessidade de inovação.

Não entenda como um “banho de água fria”, mas tenha em mente que este é um tipo de empreendimento e, como tal, há riscos envolvidos e uma série de variáveis devem ser levadas em consideração, bem como um planejamento cuidadoso é necessário.

E é aqui que entra o plano de negócios, uma ferramenta que tem como função principal auxiliar no entendimento do cenário no qual se insere o empreendimento, as variáveis e custos de seu projeto, utilizando um modelo consolidado de análise.

Se você já estava buscando entender mais sobre as variáveis necessárias para iniciar profissionalmente seu negócio com cervejaria cigana, ou esse artigo lhe despertou o interesse, temos uma oportunidade para te guiar em seus primeiros passos!

Filipi Bortolini, beer Sommèlier, apresentará um workshop com tema “Modelo de negócios para cervejaria cigana”.
O conteúdo abordará os principais pontos a serem pensados no modelo de negócio, que definirá o processo de estruturação de sua cervejaria cigana, desde a produção e funcionamento até a logística do produto final, baseado no modelo Canvas.

Filipe Bortolini é sócio na Beer Business (Consultoria técnica e de negócios para o mercado cervejeiro, brewpubs, micro e médias cervejarias, fornecedores de insumos ou equipamentos para produção) e Sócio na Arnesto Brewery Cave (Brewpub e microcervejaria cigana, especializada em cervejas artesanais).

Saiba mais e se inscreva!

 

Texto de Vinícius Bertone

Quem é Vinícius Bertone? “Engenheiro Agrônomo, formado na ESALQ – USP. Minha primeira relação com o ramo cervejeiro foi visitando cervejarias artesanais em 2015, onde descobri um novo mundo de possibilidades. Desde então mergulhei cada vez mais, com simpósios, cursos e aprofundei meus conhecimentos com o “Curso Avançado de Fabricação de Cerveja – Sinnatrah Cervejaria Escola”. Sou investidor da cervejaria Leuven e trabalhei na empresa como freelancer. Acompanhei outras produções e fiz a minha primeira sozinho recentemente, uma Weiss. Fui colaborador voluntário do Slow Brew Brasil edição de dezembro de 2019, em São Paulo. E agora, colunista do Site Bia Bier. Sou entusiasta e apaixonado pelo universo cervejeiro!” – completa Vinícius.