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Produzir hidromel contribui para a preservação da natureza

apicultor

Quase todas as bebidas produzidas do mundo vem do agro, e estão diretamente ligadas a commodities e alimentos produzidos pelos agricultores.

Da cevada e o do lúpulo temos a cerveja, dos parreirais temos o vinho, das maçãs as sidras e por aí vai. Mas o hidromel vem do mel das abelhas, que coletam o néctar das plantas, processando-o e produzindo uma substância energética e nutritiva.

Criar abelhas é uma arte que nos dá uma enorme lição de humildade.

hidromel

Pequenos insetos, altamente organizados, trabalham incessantemente buscando pólen, resinas, ceras e néctares pela natureza para construirem seu império.

Neste império, a majestosa rainha realiza a postura dos ovos e orienta as operárias nas tarefas cotidianas de limpeza, organização, defesa e construção de novos ninhos.

O apicultor compreende tamanho esforço e coleta o precioso néctar das abelhas como moeda de troca por um local arejado, pelo manejo cuidadoso, alimentação entre-safra e por disponibilizar um ninho protegido e seguro de predadores. Essa relação humano-animal de mútuo respeito é a base da apicultura e podemos dizer que é a base da produção de hidromel.

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Foto de Timothy Paule II no Pexels

Muitos apicultores estão em harmonia com plantações orgânicas, utilizando as abelhas para a polinização de cultivares e produzindo méis diferenciados.

Todos saem ganhando.

Já dizia Kem Schramm em seu livro The Complete Meadmaker que o hidromeleiro deve manter um relacionamento com seu apicultor, pois é de grande valia, tanto produtiva quanto socialmente conhecer a beleza de um apiário e a beleza envolvida na sociedade das abelhas.

É uma lição de vida, é saber que todos os seres desse planeta têm sua devida importância no todo.

Somos melhores quando trabalhamos juntos pelo bem-estar de todos.

Cuidemos das florestas e das abelhas, e produzimos hidromel!

Workshop – Hidroméis e Fermentados de Mel de Abelhas

Texto de Maycon Senna

Maycon é Engenheiro Químico formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), mestre em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e doutorando em Engenharia Química na mesma universidade, na área de Biocatálise e Processos Bioquímicos. É pesquisador em bebidas fermentadas, com especialidade em Fermentações do Mel de Abelhas. Possui vários trabalhos publicados na área e é Beer Sommelier pelo Science Beer Institute. Atualmente professor mediador do Curso de Tecnologia em Produção Cervejeira da Unicesumar, hidromeleiro, kombucheiro e cervejeiro artesanal caseiro. Fundador da Fermentaria Xetá, projeto pessoal de ensino, pesquisa e produção de bebidas fermentadas.